Por: Lenir Nunes – Coach de Carreira e Sócia na LN Consulting
Escrevi há meses atrás um pequeno artigo sobre: É POSSÍVEL SER FELIZ (MESMO) COM O TRABALHO? Recebi muitos retornos e comentários. Grande parte deles concordando que é possível sim, mas alguns relataram sua triste realidade de que o trabalho está mais para um mal necessário a um motivo de realização pessoal.
Trabalho não é feito para trazer felicidade. Acredito no trabalho como meio de me tornar útil em alguma atividade e dele tirar recursos para minhas realizações dentro e fora dele.
E aproveitando que estamos no início do ano, muita gente ainda refletindo sobre sua vida, trabalho, o que irá fazer, realizar, construir, gostaria de fazer algumas provocações.
Por que deixar para a aposentadoria algo que você poderia dedicar-se agora e ainda te trazer satisfação? Por que pensar APENAS no quanto vou ganhar e não considerar a experiência, os novos possíveis amigos, a aplicação prática que você acumula?
Já vi executivos largarem carreiras promissoras para tornar o hobby do final de semana o meio de ganhar a vida. Executiva que virou confeiteira, Executivo de Engenharia que se torna instrutor de judô, executivo de finanças que tornou-se instrutor de mergulho. Entre outros que não trocaram 100% mas já possuem dedicação considerável para o que iniciou como uma atividade extra.
E quais as chances de você fazer o que gosta HOJE?
Por: Lenir Nunes – Coach de Carreira e Sócia na LN Consulting
Recentemente estava vendo um vídeo de um consultor organizacional que comentava sobre a forma simples de identificar se um profissional é feliz ou não com o que faz.
E a pergunta sugerida era simples: Se você ganhar na mega sena o que faria?
A ampla maioria externalizou que “aproveitaria a vida”, exibindo sua fortuna, alguns fariam caridade,
outro o que “desse na cabeça”, mas alguns enfaticamente responderam: “eu não passaria nem na porta da minha empresa” ou pior “eu nem diria tchau na empresa”.
Bom, convido vocês para fazer uma reflexão: Vale a pena passar a semana torcendo sempre pelo final de semana? Ser feliz apenas 2 dias ao invés dos 7? A conta é simples: em média, conforme rege a CLT e práticas normais de trabalho, trabalha-se 8 horas por dia, o que, obviamente, corresponde a 1/3 do dia, outro 1/3 dormimos e 1/3 dedicamos para as demais atividades. Talvez essa seja uma das contas mais fácil de se fazer, e assustadoramente, feita por poucos que buscam a plenitude profissional e de vida.
Acredito que a felicidade no trabalho está diretamente ligada a expectativa existente. E ai uma provocação: Que expectativas você tem através do seu trabalho? Que conquistas espera alcançar com ele? Qual a “marca” que quer deixar ao passar por determinada área ou empresa? E até uma pergunta mais ampla, mais nobre: qual o legado quer deixar?
Pois trabalhar é a forma mais legítima de realizar nossos sonhos, planos e projetos. E se você entende que o trabalho é apenas uma fonte de riqueza – CUIDADO – você certamente pertence ao grupo que tem síndrome do “domingo à noite” ou “síndrome do Fantástico”, que na segunda-feira já torce para chegar sexta-feira ou que inicia o ano torcendo para que o Natal chegar logo. Talvez seja a mesma pessoa que em outubro já olhe o calendário do ano seguinte para ver os Feriados… Bem, talvez esteja na hora de reavaliar tudo isso.
E se segundo, Clóvis de Barros, felicidade “um instante de vida que você gostaria que durasse um pouco mais”, seu trabalho certamente está bem longe de lhe proporcionar esses momentos.
E o que fazemos em nosso dia a dia está diretamente ligado ao que buscamos para nossas vidas. A forma como levamos a vida é essencial, senão a vida nos leva, nos empurra, somos meros seres que vagam, sem saber exatamente a contribuição que podemos gerar, o impacto positivo e o potencial nobre que possuímos.
Gostaria de deixar aqui algumas dicas:
1) Tenha um propósito de vida: o que eu vim fazer aqui? Que contribuição quero deixar? Que legado quero deixar? Como quero deixar as coisas após minha partida? Que lembranças quero deixar?
2) Escolha uma carreira apaixonante: toda profissional tem ônus e bônus, mas pondere isso na balança e veja se você realmente gosta do que faz. Lembre-se de que praticamente 1/3 de sua vida estará envolvido com isso. Não sejamos hipócritas de achar que apenas alegrias surgirão em nossas vidas, por mais assertiva que seja nossa escolha, mas uma coisa é você ter alguns dissabores ao longo do dia, outro é ter “apenas” dissabores, ou apenas alguns pontos bons ao longo do dia.
3) Tenha foco: alguns profissionais escolhem ir na “onda do mercado” e esquecem sua real vocação e, consequentemente, perdem seu foco e facilmente ficam desanimados. Uma forma muito coerente e lúcida é buscar o auxílio de um bom profissional de Orientação de Carreiras, que vai analisar o perfil da pessoa, inclusive podendo aplicar análises específicas, deixando mais assertivo a busca por um objetivo, reforçando o conceito de foco na carreira.
4) Aprenda a lidar com os conflitos: basta uma segunda pessoa no mesmo lugar para o surgimento de algum conflito. Entenda que eles fazem parte do nosso dia a dia e a sabedoria esta em reconhecer e buscar soluciona-los. Um bom clima organizacional, pessoas motivadas e foco no positivo, ajudam sensivelmente para que seu dia termine bem. Essa postura também ajuda, e muito, a evitar a sensação de “que horror, tenho que ir ao trabalho” todo dia pela manhã ou aos domingos. Nem sempre é fácil, mas é um passo fundamental.
5) Construção relações saudáveis: não me refiro a ter muitos amigos em redes sociais (seja Linkedin, Facebook, Instagram) me refiro a relacionar-se verdadeiramente com as pessoas. Dia desses ouvi uma frase engraçada “ter muitos amigos no Facebook é como ser rico no Jogo do Banco Imobiliário”. Portanto, dedique tempo para interagir no mundo real com seus colegas de trabalho, amigos, familiares. Tenha preocupação sincera em ajudar, em mostrar-se leal, companheiro e cortês. Nesta época de tantas relações virtuais, talvez valha pensar sobre o exposto acima: melhor ter 2 ou 3 fieis amigos do que 200 ou 300 “amigos” que jamais estreitem relacionamento. E ainda: essas relações saudáveis são conquistas, levam tempo para se consolidar, para solidificar, mas definitivamente valem a pena.
6) Defina e invista em sua carreira: se você “ainda” não está na carreira desejada, trace um plano para alcança-la. Que cursos precisa buscar, que experiência precisa obter, que idiomas precisa aperfeiçoar, enfim, use uma ferramenta simples (indico o conhecido 5W2H) mas que você possa visualizar sua trilha de desenvolvimento. Um conceito muito especial neste tópico é tratar a carreira como um projeto, um projeto de vida. Sabemos que existem muitas inconstâncias e novidades dia após dia, mas ter em mente que uma carreira bem desenhada e estruturada ajuda, e muito, a evitar dissabores é importante. Recentemente ouvi uma frase que dizia “se você não fizer seu próprio planejamento, provavelmente alguém o fará, e você será parte do planejamento de outro”.
7) Seja otimista e agradeça: algumas pessoas focam sempre no que não ou no que ainda faltam para que “sejam felizes”, faço um convite para você reconhecer e agradecer por tudo aquilo que você já tem, tudo que já conquistou, para as amizades que construiu, para a família que tem. Pense que hoje será sua oportunidade de fazer melhor do que ontem. Esse senso de gratidão e a alegria em viver, em reconhecer conquistas, por menores que sejam, tornam a vida com maior significado, com mais leveza e satisfação. Pense a respeito e…
… realmente seja feliz!
Autor: Lenir Nunes Amorim Behrend – Headhunter e Coach de Carreira