Nesses últimos anos atuando fortemente como Coaching de Carreira de muitos executivos, percebo o quanto os profissionais não cuidam da sua rede de relacionamento quando “não precisam dela” para algum movimento de carreira. Arriscaria dizer que pelo menos 90% dos profissionais quando pergunto: “Como esta sua rede? Respondem: ah Lenir, com o pouco tempo que tenho “fora da empresa”, não consigo me relacionar com ninguém”.
Infelizmente a fala é similar em diversos níveis, do especialista ao CEO. Todos mergulham em suas rotinas corporativas e esquecem-se de manter na agenda da semana algum contato seja por e-mail, fone, um café. Como sempre digo, Networking não é uma competência, é um hábito. As dicas de como faze-lo, já dei em artigos anteriores.
Ano passado tive aula com um ex executivo global da HP, atualmente professor na Universidade de Boston, Brad Harrington. Na oportunidade ele trouxe alguns dados dos EUA acerca do uso da Rede de Relacionamento, dando ênfase justamente ao que falamos acima, processos de transição (principalmente para profissionais que buscam uma carreira auto orientada, que conhecemos como Carreiras Proteanas). Ele apresentou dados de executivos que fizeram mudanças na carreira nos últimos 5 anos. 50% foram apresentados a nova oportunidade através de um amigo ou familiar e apenas 10% disseram que foi através do Linkedin. Não estamos dizendo aqui para não usarem a mídia social para encontrar um novo trabalho, mas a pesquisa deixou claro que ainda a rede de relacionamentos é a mais eficaz.
Nesse artigo quero tratar com os profissionais que podem fazer uma mudança significativa de carreira, seja mudar de empregado para empregador, de Contador para Vendedor, de Executivo para Professor… Ou seja, não esperar a aposentadoria para colocar seu grande sonho, o Plano B em ação e contar arduamente com sua rede de relacionamento. E não me refiro aos contatos no Linkedin ou Facebook, mas pessoas que realmente o patrocinam. E para isso você vai precisar pegar um papel e uma caneta para colocar em pratica as dicas abaixo:
– Pense de forma Macro: onde, como e o que quero estar fazendo em 3 anos?
– Pense na sua Rede de Amigos, Colegas, Ex Chefes, etc… quem são as pessoas que realmente te conhecem? Diante de uma oportunidade, poderia falar de você, do que você faz, literalmente “te vender” em pouco mais de 2 minutos?
Esses são seus patrocinadores!
Quando me refiro a essa seleta rede, não me refiro apenas a alguém que possa ter apoiado você economicamente, mas pessoas que confiam em você e facilmente poderiam indicar-lhe para uma oportunidade ou projeto. Ou que, ao receber alguma noticia do mercado que você atua, irá compartilhar a informação.
– Se nem todas as pessoas que mapeou na sua lista podem te “patrocinar”, então dedique-se a encontra-los nos próximos dias, e a informar sobre seus planos de mudança, sobre como você pode agregar seja a um novo projeto ou trabalho. Pessoas próximas que em uma ou duas frases podem falar do que faz, como faz e destacar seu valor.
Dedique-se diariamente a alguma ação prática em prol do seu objetivo: sim, a rotina nos consome e rapidamente esquecemos do pacto que fizemos.
Quando você reavalia seu plano o objetivo final parece “embaçado” ou pouco claro? Mantenha-se firme. Afinal, um corpo sarado não se define com uma semana de exercícios na academia, certo?