Comento em minhas falas sobre o grande desafio de pensar numa carreira para vida inteira antes dos 20. Sim, porque chegamos na adolescência com aquele zumbido: o que você vai ser quando crescer? Que faculdade quer fazer? Enfim, preciso escolher uma carreira para a vida inteira sem conhecer o mercado e/ou sem ao menos se conhecer.
Com isso alguns escolhem algo que “dê dinheiro” ou que “o mercado mais contrata” a fim de se inserir no mercado reduzindo o número de riscos. No entanto, percebo muita gente infeliz com suas escolhas. Dados indicam que 90% das pessoas gostariam de mudar completamente.
Assim que voltei da Formação de Carreira em Boston no ano passado, dediquei-me a fazer um levantamento dos motivos no qual os profissionais me procuravam para fazer Coaching. Seguramente 99% era para mudar de emprego, carreira… enfim, mudar. O que poucos percebiam é que fazer mudanças dá trabalho e é necessário despender de grande energia, não apenas relacionado ao tempo, mas emocionalmente falando. Afinal “toda mudança gera desconforto”. Ao longo dos processos, alguns percebem que dá medo mudar, talvez por entenderem que alcançaram certa estabilidade e tem medo de arriscar.
No entanto, é possível sim fazer uma transição de carreira, aos 30, aos 40, aos 50. Muitos já fizeram, eu mesma já fiz.

Uma etapa importante é refletir sobre: O que o deixa insatisfeito no estado atual?
Falta de tempo para a família, longas jornadas de trabalho, falta de expectativa de crescimento, desalinhamento com os valores da empresa, insatisfação com o salário.
O que ocorre nessa etapa quando não há um acompanhamento profissional, é que a pessoa começa a focar no “mundo perfeito” e começa a dedicar menos energia no desafio atual. Muitas vezes não fechando adequadamente o ciclo.
Na etapa seguinte, sugiro fazer e refletir seu SWOT, ou seja, pontos fortes, a desenvolver, oportunidades e ameaças. Mas assegure-se que você está sendo realista, não otimista. Nesse momento, o profissional em seu processo começa a olhar para a transição com perspectivas otimistas e começa a alinhar autoconhecimento x oportunidades futuras.
O medo ainda está presente, afinal, sair da zona de conforto, da “pseudo estabilidade” para algo novo, gera ansiedade e desconforto. Mas o desejo de mudar e agir apesar do medo se faz necessário. Não procrastine suas escolhas. Não deixe para “segunda que vem”, “ano que vem”, ou “depois que os filhos crescerem”, “depois que terminar esse ou aquele curso”. Comece agora. Você é responsável por suas escolhas, e escolher ficar parado pode ser perigoso. Por isso, tenha um plano, sonhe grande, sonhe alto e persista!
Escrito por: Lenir Nunes – Headhunter & Conselheira de Carreira.